A coreógrafa brasileira Lia Rodrigues retorna com Borda, criada no Centro de Artes da Maré no Rio de Janeiro. Inspirada pela multiplicidade de sentidos da palavra "borda" em português — "fronteira", "limite", "umbral", mas também "sonho" e "fantasia" —, a obra propõe ultrapassar a percepção de fronteiras como meros espaços físicos que segregam. Borda traz ao palco figurinos e objetos de arquivo emblemáticos das montagens feitas ao longo de três décadas e meia de trajetória da companhia.

O Grupo Cena 11, liderado por Alejandro Ahmed, apresenta Eu não sou só eu em mim, obra em estreia francesa que explora a identidade brasileira como encontro com a alteridade. A criação adota uma estética punk e incorpora dançarinos, projeções de textos, vídeos gerados por IA e coreografias híbridas, compondo um retrato vivo e instável de um Brasil em constante transformação.

O coletivo do Piauí, Original Bomber Crew, apresenta VAPOR: Ocupação Infiltrável, espetáculo que atravessa dança, poesia, grafite, música, capoeira e cultura popular. Inspirado no termo "vapor" como desaparecimento, o trabalho transforma esse conceito em um chamado para ocupar e reivindicar espaço. A performance celebra a Dança Quebrada, gestual periférico de resistência e visibilidade.

A dupla carioca Davi Pontes & Wallace Ferreira apresenta Repertório N.2, continuação de sua pesquisa sobre a dança enquanto prática de autodefesa. No espetáculo exploram movimentos de repetição e imitação como ferramentas de sobrevivência e resistência corporal diante da violência social. Uma coreografia que oferece estratégias de criação de territórios seguros e coletivos.