Gustavo Ciríaco

Brasil / Portugal

BIO

Gustavo Ciríaco (Rio de Janeiro) é um coreógrafo e artista contextual, cujo trabalho transita entre as artes performativas e as artes da imagem, a performance, a arquitetura, a antropologia e o paisagismo. Cientista político e bailairino de formação, formado pela Escola Angel Vianna (Rio de Janeiro) e pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais-UFRJ (Rio de Janeiro), Ciríaco formou com Frederico Paredes durante 10 anos a Dupla de Dança Ikswalsinats, pioneira no uso do humor na dança contemporânea nacional. Marcado por um pronunciado perfil site-specific, suas obras fazem dialogar contexto e arquitetura, geografia e habitação, realidade e ficção, em uma pesquisa contínua desde há 20 anos sobre os campos extensivos da arte de fazer danças. Ciríaco tem trabalhado transversalmente através de diferentes campos do saber e das artes, e de seus distintos modos de interação, reunindo ferramentas e insights de como lidar com o tempo e espaço comuns. Para tal, o seu trabalho tem envolvido dança, teatro, vídeo, construções de paisagens, narração de histórias e ações urbanas em peças-conversas onde as dimensões do encontro são as inspirações para ficções e situações compartilhadas. Temas como presente & presença, representação da paisagem, percepção, espaço urbano, performance situada, imersão cognitiva são constantemente abordados em seu trabalho.

Com uma trajetória internacional, com passagens desde as Américas até a Ásia, passando pela Europa e o Oriente Médio, seu trabalho tem sido acolhido por importantes festivais e instituições como Tanz im August e Haus der Kulturen der Welt (Berlim), Alkantara, Museu Berardo, Culturgest (Lisboa), Crossing the Line, New York University (Nova Iorque), Al Mammal Foundation (Jerusalém), Tokyo Wonder Site (Tóquio), San Art Gallery (Saigon), Ferme de Buisson, Paris Quartier d’Été (Paris), SESC SP (São Paulo), Panorama (Rio), Bienal SESC de Dança (Campinas), NAVE (Santiago), Bienal de Danza del Caribe (Havana), Casa Encendida (Madri), Metropolis (Copenhagen), Museu Fundação Serralves (Porto), entre outros.

Ciríaco tem atuado em projetos de intervenção urbana e de paisagem: Viagem a uma Planície Enrugada/2017 (Arqueologías del Futuro/Buenos Aires, FIDCU/Montevideo, Festival Internacional de Teatro de Teerã/Teerã, Atos de Fala/Rio); Gentileza de um gigante/2016 (Negócio / ZDB, Lisboa e Festival Atos de Fala, Rio); Onde o horizonte se move/2012 (Guimarães Capital Européia da Cultura, Olimpíada Cultural de Londres, Mercat de Flors/Barcelona; Salón 44/Pereira, Panorama/Rio); Aqui enquanto caminhamos/2006 (estreada no festival Alkantara, Lisboa 2006 e visto em mais de 30 cidades) e Vizinhos/2009 (Casa Encendida/Madrid, Al Mammal Foundation/Jerusalem), em colaboração com Andrea Sonnberger (At); Em projetos de museus e arquitetura: Cortado por todos os lados, Aberto por todos os cantos/2018 (Museu de Serralves/Porto, TNDMII/Lisboa, Walk&Talk/Ponta Delgada); No meio daquilo que vemos – projeto colaborativo de ações site-specific para museus (Veículo de Intimidade | Hoje, Museu Coleção Berardo/Lisboa, Coleção SESC de Arte – SESC Consolação/São Paulo); Sala de maravilhas (Tokyo Wonder Site / Tóquio e Largo das Artes / Rio); em peças conversacionais: Drifting|Em deriva/2010 (Casa França-Brasil/Rio, Bamboo Curtain Studio/Taipei, CCSP/São Paulo, ZDB/Lisboa e Maus Hábitos/Porto) em parceria com António Pedro Lopes (Pt); e em projetos multimídias de dança: Entre Cães e Lobos/2019 (FIDCU/Montevidéu, Entre_Atos de Fala/Rio, Verão Azul/Loulé, Ilustração à Vista/Ìlhavo), Viagem Redonda/2015 (Festival Artdanthé, Paris), Quem anda no chão, quem anda nas árvores, quem tem asas/2014 (Galpão das Artes/Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Panorama/Rio, Itaú Cultural-Arte como Respiro/São Paulo); Eles vão ver/2010(Panorama/Rio de Janeiro, Festival Diagnóstico da Dança/Goiânia); Nada. Vamos ver/2009 (SESC Avenida Paulista/São Paulo, Culturgest/Lisboa, Panorama/Rio); Still – sob o estado das coisas/2007 (SESC São Paulo, In-Transit Festival/Berlim, Bienal de Danza del Caribe/Havana, Panorama/Rio). De 1995 a 2005, dividiu com Frederico Paredes a Dupla de Dança Ikswalsinats, dupla famosa pelo humor e composições abstratas. Na Dupla, realizaram inúmeras peças, dentre elas se destacam Mildred Mildred (SpringDance/Uttrecht, L´Année du Brasil en France, Panorama/Rio), Cem Águas (Panorama/Rio, SESC Pompéia/São Paulo) e Campos em Separado (Panorama/Rio, Terças de Dança, Masculino na Dança/São Paulo).

Como conferencista, realizou palestras na Galeria de Arte San Art (Vietnã), na Universidade de Belas Artes de Tóquio (Japão) no Museu V & A, no Teatro Chelsea (Reino Unido), na Universidade de Belas Artes de Ramallah (Palestina), na Ópera de Lyon (França), na Fnac (Portugal), no Museu Reina Sofia, na Casa Encendida, na Universidade Alcalá de Henares, na Universidade de Bilbao (Espanha), o Centro de Artes Digitais de Taipé (Taiwan), no Itaú Cultural, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Festival Panorama (Brasil), no Teatro Solís (Uruguai), entre outros.

Como professor de História da Dança, Improvisação e de Criação Coreográfica, trabalhou na Escola e Faculdade Angel Vianna, na faculdade de Dança da UniverCidade, no Curso Técnico de Formação em Dança do Ceará, no Departamento de Artes Corporais da UFRJ, e mais recentemente no Curso de Formação PEPCC do Fórum Dança, em Lisboa. Como artista convidado, ministrou cursos e realizou conversas no Mestrado em Dança Site-Specific (Danse en Situ) da Universidade Paris VIII, no mestrado em Artes Visuais na Université Sorbonne 3, na École Supérieure des Arts et Techniques (Paris), no Centro Nacional de las Artes (Cidade do México), Escola de Dança – Universidade Federal da Bahia (Salvador).

Foi diretor artístico do projeto de ocupação Manifesta! no Teatro Cacilda Becker, Rio de Janeiro e comissário do projeto de intercâmbio artístico ENTRE_Lugares, do projeto de ocupação ENTRE / Espaço Cultural Sérgio Porto (Rio) em parceria com Chelsea Theatre (Londres), em 2011.

Desde 2009, Ciríaco tem colaborado com a artista e antropóloga Fernanda Eugênio realizando oficinas, laboratórios e criações que tomam a cidade e as práticas site-specific como seu foco de interesse. Suas práticas já os levaram a diversas cidades, onde seguem com o seu laboratório de investigação em torno dos fenômenos particulares de cada contexto urbano, dentre elas Salvador (Plataforma Internacional de Dança), Lisboa (Atelier Re.Al), Rio de Janeiro (Espaço SESC), Fortaleza (Bienal de Par em Par) , Saigon (Galeria Sàn Art) e mais recentemente em Nova Iorque (Hemispheric Institute for Performance and Politics).

Desde 2018, Ciríaco é artista pesquisador associado ao programa THIRD, da DAS -Universidade de Amsterdam, com a pesquisa Cobertos pelo Céu.