
Alejandro Ahmed
Santa Catarina
BIO
Alejandro Ahmed nasceu em 1971, em Montevidéu, Uruguai, e mudou-se para o Brasil em 1974. Sua trajetória na dança começou em 1984 como artista autodidata, tendo o jazz como base técnica. Em 1988, fundou o Grupo Cena 11 em Florianópolis, inicialmente como um projeto amador, e estreou como coreógrafo aos 17 anos. Seu primeiro trabalho obteve reconhecimento nacional, conquistando o 2º lugar no Festival de Dança de Joinville em 1989.
Entre 1990 e 1993, Ahmed aprimorou sua formação em São Paulo, estudando balé clássico e jazz com renomados professores como Ismael Guiser, Ivonice Satie e Roseli Rodrigues. Em 1993 retornou a Florianópolis em 1993 e passou a atuar profissionalmente com o Grupo Cena 11, assumindo os papéis de coreógrafo residente, diretor artístico e dançarino.
Ao longo de sua trajetória, desenvolveu uma técnica singular chamada “percepção física”, que valoriza o corpo como ponto de partida para a dança, ao invés de moldá-lo a técnicas predefinidas.
O primeiro espetáculo profissional do Cena 11, Respostas sobre dor (1994), rendeu a Ahmed uma indicação ao Prêmio Mambembe em 1995. Desde então, consolidou-se como um dos principais nomes da dança contemporânea no Brasil. Coreografias como “O Novo Cangaço” (1996), “In’Perfeito” (1997) e “A Carne do Derrotado nas Palavras dos Anjos” (1998) percorreram extensivamente o país e receberam prêmios importantes, incluindo a APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e o Prêmio Mambembe.
Ahmed também participou de programas e residências internacionais, como a International Choreographers Residency no American Dance Festival (EUA, 1997), além de colaborar com artistas e coreógrafos como Lia Rodrigues, Hooman Sharifi, Rodrigo Pederneiras e Volmir Cordeiro. No Grupo Cena 11, aprofundou a pesquisa sobre novas definições coreográficas, criando conceitos inovadores como “situação coreográfica”, “coreografia imaterial” e “dança generativa”. Seus trabalhos exploram os limites do corpo e sua interação com o ambiente, utilizando elementos como som, vídeo e objetos cotidianos.
Criações recentes, como Carta de amor ao inimigo (2012), Protocolo Elefante e Matéria escura, reforçam sua abordagem experimental e inovadora. Ao longo de sua carreira, Alejandro Ahmed recebeu diversas premiações, incluindo o Bravo! Prime de Cultura, Sérgio Motta de Arte e Tecnologia, Funarte Klauss Vianna e quatro prêmios APCA.
Com 18 obras estreadas entre 1994 e 2023, suas criações seguem impactando a cena da dança contemporânea no Brasil e no exterior.