A primeira edição do CoLABoratório acontece em 2005 com o evento “Encontros Imediatos” um projeto de colaboração internacional, fruto dos festivais Lisboeta Danças na Cidade (Alkantara) e Panorama, reuniu 12 artistas e teóricos convidados de diferentes culturas entre agosto de 2005 e junho de 2006.

Focando em temas como interculturalismo e criação artística em contextos diversos, a iniciativa incluiu uma etapa em Lisboa e outra no Rio de Janeiro, onde, depois de uma residência, as criações ainda em processo foram apresentadas durante uma semana no Centro Cultural Telemar (atual Oi Futuro).

Em 2006, a 2ª edição do CoLABoratório se voltou para os intercâmbios entre artistas da América do Sul. Trinta artistas de diferentes países latino-americanos tiveram a oportunidade de trocar experiências profissionais e culturais durante um mês de residência artística no Rio de Janeiro, sob coordenação de Karin Elmore (Peru), Marcelo Evelin (Brasil), Xavier Le Roy (França) e Vera Sala (Brasil).

Em 2006, o Teatro Cacilda Becker, no Rio de Janeiro, recebeu bolsistas do CoLABoratório em uma mostra de trabalhos em processo e conversas com o público. Naquele ano também aconteceram atividades nos teatros Carlos Gomes e João Caetano e no Espaço SESC.

Esta edição foi co-organizada pelo Panorama, Artsadmin (Londres), Theatre Institute (Praga) e Alkantara (Lisboa), em parceria com o FID – Fórum Internacional de Dança (Belo Horizonte), Bienal de Dança do Ceará (Fortaleza), Fórum Cultural Mundial e Consulado Geral da França no Rio de Janeiro.

No biênio 2009/2010, o CoLABoratório inovou e foi realizado, simultaneamente, em Teresina (PI) e no Rio de Janeiro em uma parceria com o coletivo artístico Núcleo do Dirceu, criado em 2006 no bairro do Dirceu, na periferia de Teresina (PI).

Aquela edição promoveu o debate sobre dança contemporânea, suas práticas e desafios. No Rio de Janeiro, os bolsistas foram selecionados através de convocatória pública; em Teresina, os participantes foram os integrantes do Núcleo. Foram 15 artistas bolsistas em cada cidade – do grupo do Rio de Janeiro participaram duas artistas da América Central e uma de Manaus.

Todo o processo durou sete meses e reuniu, além de artistas brasileiros, participantes de Bolívia, Paraguai e Guiné Equatorial, aumentando a diversidade do projeto.

As atividades começaram em Teresina, em um grande encontro com todos os participantes. A segunda fase se dividiu em dois momentos: primeiro foi realizada uma imersão criativa na cidade de Miguel Pereira, no interior do Rio de Janeiro; depois houve o “Encontrão Rio”, ocupação artística de três dias do Teatro Cacilda Becker, durante o Panorama 2010. Essa última atividade envolveu todos o grupo.

Seis coreógrafos foram convidados para coordenar as residências: Cristian Duarte (SP) e Denise Stutz (Brasil), Tamara Cubas (Uruguai), Boyzie Cekwana (África do Sul), Zeynep Gunsur (Turquia) e Rob List (Holanda).

O CoLABoratório daquele ano também organizou a residência do artista brasileiro Wagner Schwartz e do francês Rachid Ouramdane, que resultou no videoarte “J’essayaias de gagner du temps – Eu precisava ganhar tempo”, e o trabalho em colaboração entre a companhia Membros e o criador do Benin Arnaud Agboliagbo, no projeto Corpo Aberto.

O projeto tem financiamento da União Europeia e, como parceiros europeus, o Festival Alkantara (Portugal), o Centro de Criação Garajistanbul (Turquia) e Artsadmin (Inglaterra).

Além da mostra, o processo rendeu um blog, que pode ser conferido em: colaboratorio.panoramafestival.com

Em 2011, com uma extensa programação para celebrar seus 20 anos, o Panorama desembarcou pela primeira vez em Brasília. Além de levar uma parte do programa artístico, promoveu uma edição inédita do CoLABoratório na cidade.

Nove artistas brasileiros foram selecionados por convocatória para participar de três residências, entre os dias 24 de outubro e 20 de novembro. Os trabalhos foram orientados por Jorge Alencar (BA), Frederico Paredes (RJ) e Denise Stutz (RJ). Ao final do período de trocas e trabalho conjunto, os trabalhos foram apresentados no CCBB Brasília. A edição do CoLABoratório Brasília contou com apoio da Secretaria de Estado de Cultura do DF, do Centro de Dança e do CCBB Brasília.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, Federico Zukerfeld (Argentina) e Loreto Garín (Chile), do Colectivo Etcétera, e o brasileiro Ignacio Aldunate, desenvolviam o CoLABoratório Errorista. A proposta consistia em um laboratório de criação colaborativa, uma plataforma de provocação para gerar ações, vídeos, sons, manifestos e transformações a partir do intercâmbio de conhecimentos e experiências. Com encontros no Teatro Cacilda Becker e a partir de uma metodologia de trabalho ‘errorista’, os participantes trabalharam com estratégias de ação no espaço público e dispositivos artísticos ativadores de pensamento crítico. As atividades deste CoLABoratório fizeram parte do programa com.posições.políticas.

Em sua quinta edição, o CoLABoratório aconteceu junto com outra iniciativa do Panorama – o Tardes no Parque, programa que promoveu momentos históricos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Lá, foram apresentados os resultados cênicos das pesquisas desenvolvidas naquele ano.

Os artistas selecionados trabalharam com três orientadores – os coreógrafos Alejandro Ahmed (SC), Jorge Lopes Ramos (RJ) e Marcelo Evelin (PI) – no Centro Popular de Conspiração Gargarullo, em Miguel Pereira (RJ), durante duas semanas pré-Panorama.

Completando a programação do CoLABoratorio na EAV Parque Lage, a performer, escritora, diretora e ativista Lois Weaver (EUA/Inglaterra) apresentou a instalação performática “The long table”, em que reuniu o público carioca do Panorama em torno de uma mesa de refeição para debater temas do momento.

Em 2016, o Panorama comemorou 25 Anos. O Rio de Janeiro se preparava para sediar, pela primeira vez, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, atraindo para a cidade os olhares de todo o mundo. Nas artes não foi diferente. O CoLABoratório “Futuros Possíveis” serviu como uma vitrine da diversidade cultural presente na cidade e como um espaço que possibilitou trocas entre artistas de três continentes (América Latina, Europa e África).

Em um momento em que as fronteiras de informação e comunicação estavam sendo derrubadas, aquela edição teve como proposta refletir sobre a criação de futuros, pontes e construção de práticas artísticas entre os artistas, de olho na inovação e nas novas formas de criar e colaborar artisticamente que estavam se espalhando pelo mundo.

O primeiro encontro foi no jardins do MAM, com um piquenique. Nos dias que seguiram, eles acompanharam experiências locais e se reuniram para trocas e reflexões. Uma conversa com o público na Biblioteca do Consulado Geral da França encerrou a edição.